#02 Redação cafeínada - Como ser antirracista? - Propondo com diálogo e café

segunda-feira, 15 de junho de 2020

#02 Redação cafeínada - Como ser antirracista?




Como ser antirracista?
O racismo é inegavelmente uma temática com constante processo de efervescência, porém grupos de estudiosos e lideranças têm questionado o quanto esse processo estará em evidência com continuidade e efetividade, expondo de forma veemente que movimentações desse tipo ocorrem e ganham as grandes mídias quando crimes ou atos de grande repercussão acontecem. Posicionar-se na prática e no cotidiano não só como não racistas, mas como antirracistas é necessário. A pergunta é: como fazer isso? 

 O Brasil é historicamente um país racista, a mão de obra negra foi escravizada durante longo período, com indivíduos trabalhando de sol a sol, sofrendo todo tido abuso dos “Senhores” e sendo submetido a diversas humilhações. Mesmo após a abolição da escravatura que foi tardia e sem qualquer planejamento, os afrodescendentes se veem inseridos em mazelas de atraso quanto ao acesso as condições mais básicas de sobrevivência, como saúde, educação, habitação e segurança, afinal são os negros que têm menos oportunidades de crescimento, isso quando sobrevivem a violência policial e social. 

             A filósofa, escritora e ativista do movimento negro Djamila Ribeiro expõe anos de privilégio branco e argumenta que é preciso admitir que o racismo é algo que faz parte da formação da sociedade brasileira e precisa ser combatido com empenho, como cita em seu livro "Pequeno Manual Antirracista": "O que está em questão não é um posicionamento moral, individual, mas um problema estrutural. A questão é: o que você está fazendo ativamente para combater o racismo?"

            Discussões e elucubrações são feitas expondo a realidade desfavorável que o negro tem no Brasil, todavia pouco se fala do lado do privilegiado, o que ele ganha com o racismo sistêmico e histórico e quando fundamentalmente será admitido que isso precisa mudar. Djamila também fala sobre isso no livro supracitado e afirma: "Após reconhecer seus privilégios, "o branco deve ter atitudes antirracistas"".

            Para fundamentalmente termos uma sociedade antirracista é primordial a inserção de políticas públicas eficazes, ensino nas escolas da história e cultura afro, campanhas nas grandes mídias de apelo e orientação quanto as práticas racistas cotidianas, apoio e subsistência a ONGs e organizações que trabalham empoderamento feminino e artistas negros, essas são algumas ações que se postas em discussão e votação por deputados e senadores ajudariam efetivamente a atenuar esse fator. 

  As pessoas no dia a dia também precisam se posicionar como antirracistas e combater de forma direta, seja na manifestação, seja na escola ou no trabalho. É essencial da mesma forma dar voz a essas pessoas, consumindo sua arte e o seu trabalho e cobrando de seus representantes políticos movimentações para incentivar a aprovação de novas legislaturas e fortalecimento das que existem atualmente, como o sistema de cotas em universidades. 

Por Brilho Eterno de uma mente sem lembranças

            Fonte: Pequeno Manual Antirracista, Djamila Ribeiro, Editora Companhia das Letras, 2019.


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