#03 Dica expressa - Expresso 03 - Reflexão sobre o feminismo - Propondo com diálogo e café

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

#03 Dica expressa - Expresso 03 - Reflexão sobre o feminismo

"Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica de ambos os sexos."

Que Gif cafeínado ein pessoal? No álbum intitulado Beyoncé: Platinum Edition  na faixa "Flawless", Beyoncé faz referência à palestra da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie no TED intitulado "Todos devemos ser feministas"(Quer saber mais sobre "interseccionalidade", "transmisoginia" e TERF: Um guia para iniciantes do vocabulário feminista contemporâneo). Então lá vai mais um artigo quentíssimo do Propondo com diálogo e café! 
Opa! Pera aí! mas antes assistam esse recadinho disponível no canal  supercafeínado: Think Olga. A Think Olga é uma ONG que tem o objetivo de empoderar mulheres por meio da informação. 

Assistiram galera?! Vamos então dar continuidade a cafeína!

A Dica Expressa em seu terceiro expresso falará sobre feminismo, importante movimento/teoria que sustenta a igualdade política, social de ambos os sexos e os meios de entender esse movimento estão disponíveis em diferentes canais e formas de expressão. Então pegue sua caneca de café e confira as dicas de séries, filmes, personalidade, que trouxemos para vocês galera da cafeína. Ao final teremos um Combo expresso especial com indicação de crônica, músicas, curta metragem e movimento político. Então galera vamos nessa cafeína!
 

Séries 

Anne with an E

Baseada na obra literária de 1908 Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery e adaptada pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett (e adaptar um livro para o audiovisual não é das coisas mais fáceis), Anne With an E(2017- atual) é uma série de televisão canadense onde três de suas temporadas estão disponíveis na Netflix. A série além de ter uma sensibilidade nos diálogos é enriquecida com temas que são colocadas ao longo das temporadas trazidas com delicadeza, mas também de forma direta. A amizade e a família são centrais na série, perpassando por assuntos como: racismo, preconceito, bullying, adoção e o feminismo. 


A história se passa no final do século 19, na vila de Avonlea, localizada na fictícia província de Prince Edward Island, no Canadá, (em meio ao bucolismo) e tem como base a constante busca por pertencimento e o papel da mulher em uma sociedade com costumes austeros e patriarcais. 
Na primeira temporada, para construção da protagonista, Anne tem um papel essencial além de ser um exemplo de mulher independente no conservadorismo da época. O desconforto de Anne em relação ao corpo, o padrão de beleza, o casamento e a relação de solidariedade com outras mulheres, é tratado de forma sensível e honesta. A ideia de sororidade aparece em diferentes momentos. Desde a relação de cumplicidade de Anne e Diana, e de respeito e lealdade de Anne e Marilla. A série desenvolve as questões também da masculinidade tóxica. 


Ao retratar o movimento pelo sufrágio feminino (é um movimento social, político e econômico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio, o direito de votar, às mulheres) a série critica algumas mulheres que se diziam progressistas e sufragistas, mas que possuíam dificuldades de entender outras mulheres que não se enquadravam nas discussões de determinadas pautas feministas, por exemplo uma nova professora, senhorita Stacy, que chega à vila, vestindo calças, sem esposo e trazendo a ciência com métodos não tão convencionais para a época e lugar. 
Anne With an E é uma boa pedida para séries que são protagonizadas por mulheres.


Coisa mais linda 


Série brasileira da Netflix com profundo protagonismo feminino “Coisa mais linda” mostra a realidade nua e crua das mulheres vivendo no Rio de Janeiro na metade do século passado, com representatividade e buscando mostrar diferentes realidades a série não apela para os clichês e traz uma abordagem fundamentada na opressão masculina e principalmente no sentimento de luta feminino, cada movimento é uma resistência, desde abrir o próprio negócio e traçar uma carreira até criar ser mãe solo e romper as barreiras racistas. Protagonizado por Maria Casadevall, Pathy Dejesus, Fernanda Vasconcellos, Mel Lisboa e Larissa Nunes a série têm duas temporadas, com grande probabilidade de continuação, que de tão boas podem ser maratonadas rapidamente. Criada por Giuliano Cedroni e Heather Roth e com direção de Caíto Ortiz, Hugo Prata e Julia Rezende Coisa mais linda é um frescor, tratando de temáticas feminismo, do racismo, masculinidade tóxica, entre outros. Conta com atuações, direção e roteiro afiados convergindo para trazer uma história cheia de camadas e com muitos ensinamentos. Vale muito a pena e está disponível como supracitado na Netflix.


Filmes

Em busca de Lélia 

Beatriz Vieirah, roteirista e diretora do filme Em busca de Lélia (2017), segue os passos desse nome. Fica evidente que a busca de Lélia Gonzalez é reafirmação da sua ancestralidade e por retratá-la. Ao longo do filme de 15 minutos vemos opiniões das pessoas que conviveram e continuam admirando e que nunca esquecerão a Lélia por sua representação firme do feminismo negro, qualificando a luta feminista e sendo uma ruptura de pensamento desse movimento, além disso, foi protagonista na militância junto ao Movimento Negro nos anos 1970/1980, período no qual percorreu diversas cidades e países, sempre afirmando sua identidade, denunciando o mito da democracia racial. mulheres. 



O filme é sensível do começo ao fim, revelando a busca da professora e antropóloga, mulher à frente do seu tempo, símbolo de resistência e da luta pelos direitos de indígenas, negros, revelando o encontro da identidade de Beatriz Vieirah, assistam Em busca de Lélia.

Chega de fiu fiu

Documentário dirigido e roteirizado por Amanda Kamanchek Lemos e Fernanda Frazão, idealizado a partir da campanha homônima criada por Juliana de Faria, iniciativa que deu resultado, entre vários ganhos, ao “Mapa Chega de fiu fiu” plataforma que coleta depoimentos sobre assédio sexual contra mulheres, o objetivo claro é atenuar esse problema e prestar apoio as vítimas. A obra audiovisual traz o assédio sexual sofrido por mulheres cotidianamente pela visão delas próprias, com relatos extremamente impactantes, o foco em si é em três mulheres de diferentes regiões do país: Rosa Luz rapper e artista visual brasiliense, Raquel Carvalho que é uma estudante de enfermagem soteropolitana e Teresa Chaves professora de história paulista. Elas filmam seu dia a dia que expõe a violência sofrida por mulheres pelo Brasil a fora, com assédio a todo momento, seja na rua, no ônibus, metrô e outros. Essas imagens são intercaladas com elas falando sobre as experiências vividas e a opinião de especialistas das diversas áreas sobre a questão, além de uma roda de conversa com homens falando e ouvindo sobre o tema e sua masculidade tóxica, que inclusive foi tema de uma de nossas Redações cafeínadas: #07 Redação cafeínada - O poder nocivo da masculinidade tóxica. Fica extremamente claro que o assédio a mulheres precisa ser discutido e o feminismo é muito necessário. O documentário é forte, duro e expõe as feridas que a sociedade causa as mulheres, trata também de outros assuntos como racismo, gordofobia e transfobia, sua montagem é cirúrgica e não há quem assista que não saia refletindo. Disponível no Globo Play.

Para mais informações sobre esse belo projeto acessem: Chega de fiu fiu

 

Personalidade

Elza Soares


Nascida Elza Gomes da Conceição a artista vem de família humilde e enfrentou desde cedo as limitações sociais, raciais e de gênero. Natural do Rio de Janeiro Elza foi obrigada ainda adolescente pelo pai a se casar, sofreu violência sexual e doméstica do primeiro marido e foi mãe aos 12 anos. Seus dois primeiros filhos morreram de desnutrição em dois dos grandes traumas que marcaram a vida dessa mulher, posteriormente teve uma filha sequestrada, só a reencontrando 30 anos depois, casou-se com o jogador de futebol Garrincha sofrendo novamente com violência e abandono do cônjuge, perdeu o único filho com o atleta com apenas 9 anos e sua mãe em um acidente de carro, conduzido pelo marido bêbado, posteriormente perdeu outro dos oitos filhos que teve em 2015, fato que tornou a lhe abalar profundamente.

Tinha o sonho desde criança de cantar e começou na profissão confiando em seu potencial para superar as dificuldades e conseguir criar os 4 filhos que tinha a época. Com voz potente e única Elza é uma das maiores estrelas da música brasileira, em 2000 foi premiada pela BBC como “A maior cantora do milênio”, interpretou o hino nacional na cerimônia dos jogos Pan Americanos do Brasil em 2007, foi indicada ao Grammy em 2002. Dona de sucessos como “Maria de Vila Matilde”, “A carne”, “O que se cala” e “A Mulher do fim do mundo” o qual o álbum homônimo lançado em 2015 e o “Deus é Mulher” de 2018 são dos exemplos de trabalhos de denúncia profunda contra o racismo e a opressão a mulher, sucessos de crítica e público chegam aos ouvidos de várias gerações e pregam fortemente o feminismo.

Elza é uma vencedora, superou questões sociais, raciais, violência física e psicológica, problemas de saúde para ser uma voz ativa na busca de uma vida melhor para tantos outros. É merecedora de todas as homenagens possíveis e aqui citamos algumas outras, foi enredo da Unidos de Cabuçu e da Mocidade Independente de Padre Miguel, recebeu o título de doutora Honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e teve lançado em 2014 um filme chamado “My Name is Now, Elza Soares”.


Elza Soares é luz e inspiração!

Aqui algumas de suas citações:


Com A Mulher do Fim do Mundo a gente veio denunciar tudo que não presta. Como os problemas não tiveram fim, aliás, é muito difícil acabarem, a gente volta agora com Deus É Mulher. Acho que as mulheres, com o empoderamento todo que têm agora, graças a Deus, elas podem muito bem liderar e pode haver Deus dentro de cada uma de nós. Por que não? Por que Deus não pode ser mulher? Deus é mulher.
Eu vim protestando com A Mulher do Fim do Mundo e volto com o mesmo protesto, mas dando mais força às mulheres. Pondo mais a mulher na frente. Nós mulheres sabemos que podemos ficar à frente.

Eu já vinha falando sobre isso há muito tempo. Eu falo de política desde que comecei a cantar. De ser mulher, de ser negra. De ser mulher negra.
A violência doméstica, por mais que você fale e tente combater, ainda é muito presente. É triste que você ainda tenha a necessidade de fazer músicas falando da violência contra a mulher, que é uma coisa horrível. Isso você vai ter que falar a vida toda? É um câncer, né?
A gente fala da negritude, tem que falar da cor de pele, que é uma coisa absurda, né, tem que estar toda hora gritando, "olha!", "olha!", como um pregão, sempre.


Combo expresso


Crônica

Não as matem

"Não as matem" faz parte da publicação "Vida Urbana", uma coletânea de crônicas e artigos, publicada em 1953. A crônica de 1915 do autor Lima Barreto, que foi o homenageado na Festa Literária de Paraty (FLIP) em 2017, retrata o combate ao feminicídio, demonstrando evidentemente que não é um problema dos nossos tempos.


Confiram a íntegra:

Não as matem 

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.

O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.

Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.

Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.

Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão.

O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.

Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.

De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de supor que, quem quer casar, deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como e então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?

Todas as considerações que se possam fazer, tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição, não devem ser desprezadas.

Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa, que enche de indignação.

O esquecimento de que elas são, como todos nós, sujeitas, a influências várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens deve ter existido.

Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade de generalizar a eternidade do amor.

Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento.

Deixem as mulheres amar à vontade.

Não as matem, pelo amor de Deus!

Vida urbana, 27-1-1915

 

Música

Desconstruindo Amélia

Composta por Pitty e Martín (guitarrista até hoje da banda), a música que está no álbum Chiaroscuro, começa criando a representação da mulher Amélia, ou seja, a mulher que vive para cuidar do lar, dos filhos, do marido. O nome Amélia que não aparece na letra da música, mas que fica evidente nos versos o porquê do nome, surgiu a partir da música Ai que saudade da Amélia, uma composição de Ataulfo Alves e Mário Lago, considerada um dos maiores sucessos da MPB. A música da vida ao nome Amélia e o seu perfil estereotipado e submisso, retratando o machismo e um preconceito social de que as mulheres devem ser prendadas em todos os sentidos para servir o homem. 

A música Desconstruindo Amélia começa construindo a Amélia, para depois desconstruí-la no refrão e na segunda parte, onde ela percebe seu valor e seu protagonismo, VIRANDO A MESA E ASSUMINDO O JOGO.

Confira as letras das músicas:

Ai que Saudades da Amélia

Nunca vi fazer tanta exigência

Nem fazer o que você me faz

Você não sabe o que é consciência

Não vê que eu sou um pobre rapaz

 

Você só pensa em luxo e riqueza

Tudo o que você vê, você quer

Ai meu Deus que saudade da Amélia

Aquilo sim que era mulher

 

As vezes passava fome ao meu lado

E achava bonito não ter o que comer

E quando me via contrariado dizia

Meu filho o que se há de fazer

 

Amélia não tinha a menor vaidade

Amélia que era a mulher de verdade

 

Ataulfo Alves e Mário Lago

 

Desconstruindo Amélia

 

Já é tarde, tudo está certo

Cada coisa posta em seu lugar

Filho dorme, ela arruma o uniforme

Tudo pronto pra quando despertar

 

O ensejo a fez tão prendada

Ela foi educada pra cuidar e servir

De costume esquecia-se dela

Sempre a última a sair

 

Disfarça e segue em frente

Todo dia, até cansar

E eis que de repente ela resolve então mudar

Vira a mesa,

Assume o jogo

Faz questão de se cuidar

Nem serva, nem objeto

já não quer ser o outro

hoje ela é um também

 

A despeito de tanto mestrado

Ganha menos que o namorado

E não entende o porquê

Tem talento de equilibrista

ela é muitas, se você quer saber

 

Hoje aos trinta é melhor que aos dezoito

Nem Balzac poderia prever

Depois do lar, do trabalho e dos filhos

Ainda vai pra night ferver

 

Disfarça e segue em frente

Todo dia, até cansar

E eis que de repente ela resolve então mudar

Vira a mesa,

Assume o jogo

Faz questão de se cuidar

Nem serva, nem objeto

já não quer ser o outro

hoje ela é um também

Pitty e Martin

 

Vale a pena conferir essa matéria com análise da música, estrofe por estrofe: Desconstruindo Amelia - Analise.

Na época do lançamento da música leiam o que Pitty escreveu:

Depois de queimar o sutiã, obter direito ao voto e passar a exercer cargos de comando em poderosas empresas, como sentem-se hoje as mulheres? Aliviadas por terem mais autonomia ou sobrecarregadas porque além dos afazeres domésticos acumulam a função de sustentar uma casa?

Pesquisei, e não pude deixar de (re) ler O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir; obra esta que me ajudou a clarear os pensamentos e a trazer para a música a seguinte frase: Já não quer ser o Outro, hoje ela é Um também. 

A Amélia de Ataulfo e Mário Lago mudou. Aquela que ‘era mulher de verdade e que não tinha a menor vaidade’ hoje se desdobra entre a delicadeza de saber preparar uma refeição e a garra de acordar cedo pra ir trabalhar e tomar decisões. E, claro, se por acaso der pra fazer as unhas no intervalo do almoço, melhor ainda.


Movimento político

Juntas

As Juntas é um grupo de codeputadas eleitas para Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, a candidatura foi lançada nas eleições de 2018 pelo PSOL, grupo declaradamente feminista é composto pela jornalista Carol Vergolino, pela ambulante Jô Cavalcanti, pela estudante de Letras Joelma Carla, pela professora Katia Cunha e pela advogada Robeyoncé Lima. Parafraseando o próprio site da iniciativa elas declaram quais são seus objetivos:

“Eleitas pelo PSOL com 39.175 votos, as Juntas Codeputadas formam a primeira mandata coletiva e feminista a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A mandata coletiva é uma experiência política inovadora. É a ideia de coletividade, que vai de encontro à ideia velha e antiga de individualismo na política, trazendo o senso de coletividade na participação política.

Uma participação política de pessoas diversas, de diferentes raças, gêneros, classes sociais. De diversidade nesses espaços, que ainda hoje são majoritariamente brancos, misóginos e machistas. Usamos o termo ‘Mandata’ como uma reivindicação e desobediência à uma gramática misógina que coloca o masculino numa posição de privilégio hierarquizado, para demarcar a referência feminista e para provocar a sociedade a refletir sobre a baixa presença de mulheres nos espaços políticos.

Isonomia, diálogo, horizontalidade e transparência são princípios que norteiam as relações e práticas entre as codeputadas e equipe. A presença das Juntas na Alepe simboliza uma mudança estético-política que ainda está em curso.

Somos muitas, estamos juntas e queremos ser mais.”

Nas urnas foram representadas por Jô, porém todas as decisões são tomadas em conjunto e o trabalho tem sido feito com o posicionamento firme prometido na campanha, movimentos com as Juntas ajudam a aumentar a representatividade feminina na política e aceleram a evolução para o que o feminismo tanto quer, que é a igualdade de gênero.

Para acompanhar as Juntas: Juntas Codeputadas


Curta metragem

Sou MC Carol 100% feminista

O curta metragem é um documentário com Carolina de Oliveira Lourenço, a MC Carol, mulher negra, gorda, de família humilde, criada no Morro do Preventório no Rio de Janeiro e feminista.

Produzida por estudantes da Universidade Federal Fluminense e vencedor do troféu “Elipse 2018” promovido pelo Programa Estadual de Fomento ao Curta Universitário da Cesgranrio, a obra é um bate papo direto e franco com a artista, que defende claramente o movimento feminista e expõe sua história de luta para conseguir romper os percalços impostos por sua origem, aparência e raça, Carol é firme no seu posicionamento e traz isso em cada uma das suas composições, uma delas é a música “100% feminista” em parceria com Karol Conka. Vejam aqui: 100% Feminista - Mc Carol e Karol Conka - Letra [Lyrics Video]

Ela é clara ao dizer que o funk salvou sua vida e se orgulha do reconhecimento e condições que ele proporcionou, contando sobre sua vida pessoal e profissional, além de suas inspirações e aspirações a cantora deixa extremamente claro que ainda há muito a ser feito e que está totalmente inserida nesse processo.

MC Carol é um dos grandes expoentes de denúncia a violência doméstica contra mulheres. Inclusive tratado na nossa Redação cafeínada: #08 Redação cafeínada - Feminismo e o combate a violência contra as mulheres no isolamento social. Coloca sempre sua cara também para expor a violência sexual e o preconceito racial e gordofóbico, fazendo da sua voz e do seu prestígio dento do funk e do pop como forças motrizes.

Venham assistir ao curta: Curta-metragem | SOU MC CAROL, 100% FEMINISTA | Prêmio Elipse 2018


Gostaram das dicas pessoal? Esperamos que sim. Podem ter certeza que fizemos tudo com muita pesquisa, fundamentação e carinho, para realmente dar o tratamento que esse assunto merece e trazer para vocês nossa adorada galera da cafeína o melhor conteúdo. Definimos essa temática pois ela é de primordial importância, porém ainda sofre com a ignorância e preconceito, sendo muitas vezes negligenciada e atacada, inserimos esse tema nas Redações cafeínadas e trazemos agora recomendações de como parar para refletir sobre essa questão. São variados formatos justamente para atingir os variados gostos, portanto assistam, leiam, ouçam e se inspirem. O feminismo quer igualdade e a igualdade é extremamente necessária, se ainda não compreendem, procurem compreender, pois não cabe mais dizer que não é algo fundamental, muito menos que não é algo respeitável, o feminismo salva vidas e podem ter certeza que nós do Propondo com diálogo e café continuaremos tocando nesse assunto e cobrando ação!

Por propondo com diálogo e café


Fonte das fotos/imagens: Google imagens




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