segunda-feira, 15 de junho de 2020
#01 Redação cafeínada - Racismo – Mazela histórica e estrutural
Racismo – Mazela histórica e
estrutural
O
racismo é uma das maiores mazelas históricas do mundo sendo ele estruturado e
institucionalizado. Essa discriminação se permeia no fato de que em algumas
civilizações como o Brasil, a abolição foi tardia e não planejada. Não foi
pensada, simplesmente imposta sem projeto nenhum para aqueles que desde o
início da construção da sociedade foram desvalidados e nulos em garantia de
direitos humanos.
Em
consequência dessa imposição chamada de liberdade aos “antigos escravos”, estes
se viram a margem da miséria, sem dignidade, sem respeito e com a inexistência
de oportunidades que até hoje é visível. O resultado da desigualdade social
está intimamente ligado as desigualdades raciais e de cor que vivenciamos no
Brasil. A estrutura é racista, a liberdade é velada e não existe igualdade de
oportunidades e sim uma desigualdade estruturante que pode ser comprovada em
números.
Segundo
o IBGE, nos últimos anos o processo de desenvolvimento brasileiro se
caracteriza com os maiores índices de vulnerabilidade econômica e social das
populações preta, parda e indígena. Em 2019 com o informativo “Desigualdades
Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, o IBGE revela um quadro com diversos temas
essenciais a reprodução das condições sociais da vida da população brasileira
como mercado de trabalho, distribuição de rendimento e condições de moradia,
educação. Também são analisados indicadores relativos à violência e à
representação política.
Dentro
do tema mercado de trabalho tem-se como índice a representação de cerca 30% de
cargos gerenciais ocupados por pretos ou pardos e cerca de 70% ocupados por
brancos. A taxa de homicídios por 100 mil jovens é ainda mais alarmante mais de
98% da população das pessoas de 15 a 29 anos de idade é preta ou parda. A
representação política dos deputados federais eleitos em 2018 de pretos e
pardos é de pouco mais de 24% e quase 76% de brancos e outros. A taxa de
analfabetismo e a distribuição de renda e moradia também revelam a grande
disparidade racial. O que se observa na pesquisa sob os aspectos analisados é que
a desigualdade racial é notória e indubitável.
Em
pleno século XXI, completados mais de 130 anos da libertação, vivemos ainda a
desigualdade étnico-racial que têm origens históricas e continua persistente. E
não é preciso ir tão longe, cada vez mais em diversos veículos de notícias
observamos a grande violência contra a população preta e também as diversas
formas de discriminação. Torna-se irrefutável que a superação das desigualdades
raciais em suas variadas dimensões é um desafio.
Dessa
forma o combate às desigualdades raciais no Brasil devem ser muito mais objeto
de estudos e formulações de políticas públicas que envolvam diretamente os
órgãos do poder executivo brasileiro como por exemplo o ministério da educação,
ministério da economia, ministério da justiça e segurança pública aliado ao
ministério que conduz a pasta de direitos humanos para que estes desenvolvam
diagnósticos eficazes na execução de medidas para a redução dessas disparidades.
Por Metamorfose Ambulante
Nenhum comentário:
Postar um comentário