terça-feira, 7 de julho de 2020
#05 Redação cafeínada - Rumo ao combate a desinformação sem censura
Rumo
ao combate a desinformação sem censura
A propagação de notícias falsas na
internet chamadas de "fake news" a cada dia toma poder nas redes sociais e se
tornam prejudiciais a sociedade. Um estudo publicado no início de 2020 pela
empresa Kaspersky - empresa global de cibersegurança, revela que 62% dos
brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa. Um projeto de lei no Brasil
para combater essas notícias foi iniciado e o debate foi gerado abrindo para a
seguinte pergunta: Esse projeto dá margem à censura?
Primeiramente a preocupação das
consequências danosas dessa desinformação se faz necessária, já que a garantia da
liberdade de expressão e de democracia nas redes sociais devem ser trazidas de
forma saudável, sem disseminação de ódio e mentiras, sem manipulações de
conteúdo. As redes sociais devem ser democráticas, mas para além disso, devem
respeitar os direitos humanos. O projeto de lei exige que grandes plataformas
que lucram com essas notícias se responsabilizem e exijam dos seus usuários uma
política adequada às informações verídicas e transparentes que serão
propagadas.
Segundo a “Coalizão de Direitos na Rede”
uma rede apoiada por associações acadêmicas, organizações de direitos internacionais
e digitais e organizações de direitos humanos, disse que a primeira versão desse projeto
trazia problemáticas que ao longo de sua tramitação e com a pressão desses
agentes foram adaptadas e retiradas, a exemplo das medidas de obrigação de
análise de conteúdo pelas plataformas, que eram baseadas em conceitos subjetivos de
desinformação, e diversos tipos penais e dispositivos que abriam espaço para a
criminalização de usuários por críticas políticas a autoridades e poderosos.
Conforme o portal UOL, o projeto foi aprovado pelo Senado e
enviado à Câmara dos Deputados que colocará a proposta em discussão ainda este
mês. Vale salientar que a chamada Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade
e Transparência na Internet está sendo alvo de veto pelo presidente e seus
apoiadores, estes que constantemente atuam nas redes sociais para atingir o Congresso
Nacional e o Supremo Tribunal Federal. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
citou em entrevista, a existência de grupos organizados para atacar o Congresso
e o Supremo como se o presidente da República tivesse poderes ilimitados se sobrepondo às demais instituições.
Assim o “PL das fake news” como está
sendo conhecido esse projeto de lei, não deixa de ser um avanço necessário para
a sociedade brasileira, porém precisa de mais modificações, conforme a nota da Coalizão
de Direitos na Rede. O projeto ainda possui prerrogativas que violam o acesso à
internet, privacidade, proteção de dados e a liberdade de expressão. Então o
combate a desinformação merece atenção, para não repetir o mesmo cenário de propagação
de fake news das eleições de 2018, mas que também, não viole os direitos
fundamentais constitucionais. A lei só será efetiva se os direitos civis forem essencialmente
respeitados para até mesmo não ser motivo de abusos daquelas pessoas que
insistem em disseminar o ódio e manipular o cidadão.
Por Metamorfose Ambulante
Fontes: 62% dos brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa
Entenda a proposta que pretende combater a prática de fake news
NOTA DA COALIZÃO DIREITOS NA REDE SOBRE APROVAÇÃO DO PL 2630/20 NO SENADO
Câmara começa a discutir PL das fake news nesta semana, afirma Maia
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