#01 Café na veia - Propondo com diálogo e café - Propondo com diálogo e café

sexta-feira, 3 de julho de 2020

#01 Café na veia - Propondo com diálogo e café


O propondo com diálogo e café em seu primeiro Café na veia, utilizou o instagram e whatsapp para incentivar os nossos seguidores a participarem desse primeiro expresso. A fim de saciar as dúvidas dos leitores sobre o blog, (deixando bem livre a abordagem das perguntas) os autores responderam as curiosidades de diferentes assuntos.
Então pega sua caneca e confiram as perguntas e respostas desse bate-papo super produtivo!

1.Como surgiu a ideia pro blog? E pro nome?
A ideia pro blogcara cafeínada, podemos dizer que surgiu de um convite da Metamorfose Ambulante depois de mais uma tarde de estudos e resoluções de questões para concurso que estávamos fazendo. A partir do momento que começamos a fazer as redações como forma de treinamento, sentimos que elas precisavam de discussões. Além disso, o cenário caótico de uma pandemia que vivemos atualmente e os diversos assuntos que sempre foram essenciais à sociedade foram incentivos para não só refletirmos sobre eles e sim de dialogá-los com outras pessoas também. Fazemos o que gostamos e saímos mais uma vez da zona de desmotivação causada pela incerteza que é o futuro. 
Sobre o nome depois de alguns nomes com essa temática de diálogo e proposições estava fechado para ser "Propondo com diálogo" porém lá no fundo os dois sentiam que faltava algo para preencher um espaço vazio que foi deixado e não sabíamos exatamente qual era. Então Metamorfose Ambulante lembrou do café ☕ (bebida que os dois amam ♥️) sugeriu ao Brilho eterno de uma mente sem lembranças e ele como um consumidor fiel e apaixonado pela bebida, adorou a sugestão! E então os dois finalmente conseguiram chegar ao "Propondo com diálogo e café." 💛☕☕🖤
2. Têm duas coisas que eu acho meio interessante de falar, uma é o que vocês acham sobre esse cenário atual em que estão colocando na nossa cabeça, obrigatoriamente a todo mundo, principalmente aos jovens a serem empreendedores. Como se você por não conseguir bolar algo você meio que "falhou". O outro é sobre essa paralisação dos entregadores de aplicativos.
Então cafeínado respondendo a primeira provocação, aliás extremamente pertinente. Há uma onda crescente de empreendedorismo no Brasil e isso se dá devido a diversos fatores, são alguns deles: a própria vontade do indivíduo, a falta de empregos, a influência de outras pessoas e atualmente principalmente o hype que se criou sobre essa temática. É preciso ver sobre a ótica da multiplicidade, somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo e temos diversos talentos, alguns abrirão seu próprio negócio, outros serão empregados sejam eles do mercado privado ou da administração pública. A maior problemática sobre esse tema é falta de naturalidade que isso vem sendo tratado. O estudante deveria ser preparado para fazer essa escolha com uma maior bagagem de conhecimento, em vez de julgamento por escolher seguir um determinado caminho, deveria receber apoio independente de dar certo ou não. Mas aí pode surgir a pergunta: E quem não pode escolher? O empreendedorismo realmente é a porta de geração de renda para muitas pessoas garantirem o seu sustento, aqui entramos em outro ponto, se tivéssemos um sistema bem organizado, com melhor distribuição de renda e incentivo a educação e formação de qualidade, o empreender poderia ser tratado não como uma única saída, mas com uma opção.
É tema complexo e que com certeza voltará a ser tratado aqui no Blog, mas o que fica é que precisamos parar de forçar as pessoas a serem empreendedores, não é saudável nem para o próprio empreendedorismo e não pode ser romantizado, é algo que necessita de preparação e vocação, até por que o esforço é imensurável. Deixamos aqui também uma recomendação de artigo que ajuda elucidar um pouco mais do assunto: 
10 Mitos Sobre Empreendedores que Você Precisa Saber.

Agora vamos conversar sobre a greve dos entregadores de aplicativos. É uma classe que sofre com os desmandos das grandes redes de delivery e agravou-se agora em meio a pandemia, organizações tiveram que ser forçadas por liminar a disponibilizar máscaras e outros itens de proteção, para entender melhor peguemos a fala do motoboy Paulo Lima em entrevista a "Época Negócios" sobre a paralisação: "Queremos mostrar que as empresas dependem de nós, trabalhadores. Vamos provar para eles que sem nós eles não ganham dinheiro, que não somos apenas números". É a fala de alguém que trabalha para se sustentar e sustentar sua família, mas que diariamente trabalha de forma árdua para basicamente engordar os cofres de grandes empresas, além de ganharem pouco, são obrigados a assinarem contratos de trabalho abusivos, sem garantia clara por exemplo de que a empresa cuidará dele em caso de acidente, a legislação brasileira ainda é bastante falha sobre a proteção a essa profissão. As reivindicações são justíssimas, eles pedem o mínimo que são boas condições de trabalho, de segurança e maior remuneração e nós que consumimos esses serviços de entrega todos os dias temos que apoiar aderindo à paralisação e não fazendo pedidos de empresas que não cuidam de seus funcionários.
Nessa edição do "Greg News" é explicado em detalhes as dificuldades enfrentadas pelos entregadores: 
GREG NEWS | DELIVERY.

3. Como vocês veem o racismo/preconceito no mercado de trabalho? É grande? É pequeno?
Cara leitora, seria muita ingenuidade falar que o racismo existente (infelizmente) no mercado de trabalho é pequeno. Não temos lugar de fala, mas basta ler a última pesquisa do IBGE em 2019 intitulada de Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil onde as disparidades nesse setor são enormes, a exemplo em 2018 os cargos gerenciais ocupados por brancos era de 68,6% enquanto de pretos e pardos a ocupação é de 29,9%. Leia um trecho da pesquisa sobre o assunto: "Assim como no total da população brasileira, as pessoas de cor ou raça preta ou parda constituem, também, a maior parte da força de trabalho no País. Em 2018, tal contingente correspondeu a 57,7 milhões de pessoas, ou seja, 25,2% a mais do que a população de cor ou raça branca na força de trabalho, que totalizava 46,1 milhões. Entretanto, em relação à população desocupada e à população subutilizada, que inclui, além dos desocupados, os subocupados e a força de trabalho potencial, as pessoas pretas ou pardas são substancialmente mais representadas – apesar de serem pouco mais da metade da força de trabalho (54,9%), elas formavam cerca de ⅔ dos desocupados (64,2%) e dos subutilizados (66,1%) na força de trabalho em 2018." Mais sobre a pesquisa clica no link: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil.Na primeira Redação cafeínada "Racismo - Mazela histórica e estrutural" trouxemos dados referentes a pesquisa anteriormente citada, além disso, traçamos também na redação que esse cenário é devido a construção histórica, além da negligência e da falta de ações concretas que mudem esse cenário. Sem contar que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, e ainda assim, sem planejamento nenhum. Trouxemos também um link da Superinteressante: Qual foi o último país a abolir a escravidão?, do último país a abolir a escravidão oficialmente em (spoiler do ano) 1981 e de ter sido considerado crime só em 2007.
4. Porque o ensino de idiomas no Brasil é tão precário?
Ótima proposição caro leitor, é um assunto bastante difundido, mas ainda com poucas soluções efetivas, está claro que o principal ponto a ser tratado é a falta de incentivo e qualidade desse tipo de ensino na educação básica. A língua estrangeira está na grade curricular, mas em muitos casos o aluno não é instigado a aprendê-la com profundidade, seja pela falta de qualidade, seja pelas condições de aprendizado. Em artigo a "Nova Escola" trata dessa temática: "Aprender um idioma significa ler, falar, escrever, compreender a cultura dos países de origem. Como garantir que cada um dos estudantes saia da escola sabendo essas quatro habilidades ainda é uma pergunta sem resposta. Se a maioria concorda que a maneira como as aulas estão estruturadas e o peso delas no currículo não são ideais para que a aprendizagem ocorra, por que não repensar a questão e mudar esse cenário?" O indivíduo fica sem uma base de aprendizado na educação básica, as escolas de idiomas ainda não são acessíveis para todos em nosso país, não há investimento na formação maciça de novos educadores nessa área e não se ver até o momento movimentações eficazes das autoridades para resolução desses problemas, tudo isso contribui para a precarização do ensino. A língua estrangeira tão importante no desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas e que facilita o alcance de sucesso em diversas áreas, ainda é profundamente negligenciada no Brasil e muito por causa da falta de direcionamento de recursos financeiros e tecnologias para a educação.
Recomendamos a leitura do artigo completo da Nova Escola para maior compreensão do problema: 
Dois pesos e duas medidas no ensino de Língua Estrangeira.

5. O que realmente é o feminismo e como ele vem sendo discutido atualmente?
Cara cafeínada, (quem reponde é a metamorfose ambulante nesse primeiro momento) essa é uma pergunta extremamente interessante e que deve ser debatida constantemente, para que a sociedade entenda o quão importante e necessário é o feminismo. Primeiramente, a gente tem que entender que o feminismo não quer dizer contrário de machismo. Feminismo é a luta pela igualdade de direitos e oportunidades, sem essa luta o direito de ir e vir da mulher por conta própria, o direito de ser escritora, o direito a voto,  o direito de trabalhar e receber salário, o direito de fazer um curso de Direito... Tudo isso seria impossível. Só para constar até 1962 no Brasil as mulheres casadas precisavam de autorização dos maridos para trabalharem, abrirem contas nos bancos ou terem um comércio, por exemplo. 
O movimento não tem nada a ver com: É ódio aos homens! É feminista é peluda! As feministas têm raiva de tudo e ainda sem motivo! porque com certeza já ouvimos muitas dessas falas estereotipadas usadas para classificar quem faz parte de uma luta de equiparação de direitos e oportunidades. 
O que queremos é igualdade, pois só vamos conseguir viver em uma sociedade igualitária quando todo mundo tiver os mesmos direitos e acessos e hoje(infelizmente) não temos. É só observar os números de violência contra as mulheres, de desigualdade salarial, de ocupação nas lideranças, de violência estatal, institucional, política e tantos outros estratos.  
Este movimento passou e passa por ondas (estamos na quarta onda) e vertentes (como cada vertente do feminismo enxerga a mulher sob uma ótica diferente). Enquanto as ondas são movimentos históricos e sociopolíticos que acompanham o feminismo as vertentes são modos de pensar sobre como essa igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres devem ser conquistadas. Concordo que as vertentes sejam uma autocrítica necessária do próprio movimento feminista, já que somos múltiplas e temos necessidades e realidades diferentes em contextos de classe social, raça, orientação sexual e muitos outros aspectos que formam cada uma e o seu lugar na sociedade. Algumas vertentes: feminismo negro, feminismo liberal, feminismo radical, feminismo interseccional, feminismo marxista ou socialista. Se quiser saber mais sobre ondas e vertentes clica no link: Radical, liberal, interseccional… Conheças as principais vertentes do feminismo Dossiê | A quarta onda do feminismo. 
Enfim... (é um assunto que também pode ser tema para redação cafeínada, gerenciando a cafeína, dica expressa e café propositivo) feminismo é um movimento que surgiu para lutar por direitos sociais e políticos iguais para homens e mulheres, o que nós queremos é igualdade de oportunidades, porém a gente só consegue entender "isso tudo" quando pesquisamos, lemos, conhecemos e reconhecemos. Olhando para o outro e entendendo o nosso lugar social, sendo ele de privilégio ou não. 
Mais uma vez agradeço a pergunta!😊
Brilho eterno de uma mente sem lembranças falando aqui, primeiro que essa resposta tão incrível e substancial só poderia ser dada por alguém com lugar de fala e que teve toda a preocupação de estudar e conhecer ainda mais sobre a temática, nesse caso a nossa querida Metamorfose Ambulante.
Gostaria  de deixar aqui um pedido a todos os homens: vamos procurar pesquisar sobre o assunto, se aprofundar e entender a luta, são séculos e séculos em que a mulher sofre com desmandos do patriarcado e nós homens precisamos estudar, ouvir e apoiar essa luta, mas também corrigir um colega que profere algo machista, denunciar violência contra a mulher e ensinar nossos filhos que mulher merece respeito sempre, entre outros atos. Se desconstruir é preciso e ser ativo também.

Então... ficamos muito felizes com a interação de vocês, agradecemos a participação nesse bate-papo e desejamos mais diálogos com o propondo com diálogo e café, com outros convidados e também nos outros conteúdos ! 💛☕☕🖤

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