terça-feira, 14 de julho de 2020
#08 Redação cafeínada - Feminismo e o combate a violência contra as mulheres no isolamento social
Feminismo
e o combate a violência contra as mulheres no isolamento social
Feminismo
é a luta de direitos e oportunidades iguais entre homens e mulheres e o seu
conceito não pode ser confundido como contrário de machismo, já que o
enfrentamento feminista não prega a superioridade de gênero. Uma das pastas
desse movimento é o combate à violência contra as mulheres e infelizmente nesse
cenário onde o isolamento social, diante de uma pandemia do novo coronavírus,
se faz necessário para a manutenção da saúde pública, o aumento das agressões e
casos de violência doméstica refletem o abuso de seus agressores e os índices sucessivos
de feminicídio no Brasil.
Um
estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no início do
semestre de 2020, traçou o panorama da violência doméstica em seis estados
brasileiros, durante a pandemia do COVID-19. O documento desse estudo aponta
que ocorreu um aumento de 46% nos casos de feminicídios em São Paulo,
comparando março de 2020 com março de 2019, no Acre esse número é ainda mais
alarmante, o crescimento foi de 67% comparado no mesmo período. Apesar das
legislações terem avançado no Brasil, o alto número de denúncias de casos de
violência doméstica e o aumento do número de feminicídios no país, trouxe o debate
para a ampliação de mecanismos de proteção e assistência à mulher por meio de
mudanças na lei até a alteração de normas que tipificassem a acessibilidade dessas
denúncias em um momento de isolamento social.
É
visível que o Brasil ainda sofre com as raízes históricas do machismo em que
foi construída a nação que naturaliza a objetificação da mulher e da sua submissão,
dessa forma a cultura do medo é arquitetada na qual o sexo feminino tem temor
de se expressar por estar em constante ameaça e também sofrendo com a violência
física e psicológica. Conforme explica FBSP, as vítimas não têm conseguido ir às
delegacias por sentirem medo de denunciar os parceiros devido à proximidade e a
permanência destes em casa. Diante desse cenário a Lei 14.022 de 2020, entrou
em vigor, originada pela bancada feminina no Congresso nacional. Essa lei
determina o funcionamento ininterrupto dos órgãos e serviços de atendimento as vítimas,
também garante o atendimento online com medidas protetivas urgentes e além disso,
amplia o alcance das medidas para pessoas com deficiência que sofrem violência
doméstica familiar.
O
fim da violência contra mulher é uma utopia no Brasil? Pode-se perceber o
machismo persistente na sociedade brasileira, porém com as contínuas lutas feministas,
as redes de apoio às mulheres, a inclusão dos homens nesse combate e as leis
que se aprimoram, são esforços para enfrentar esse estigma e só com mais as ações
efetivas nesse sentido é que o cenário será transformado para uma sociedade que
prega a equidade, a paz e não a desigualdade e o medo. Assim o meio se
modifica, pois a cultura do medo e a liberdade para quem atua a favor dessa
cultura vai se desprendendo das amarras de sua naturalização. A violência
contra mulher deixará de ser admitida e normalizada com os avanços ao combate da
cultura do patriarcado.
Por
Metamorfose Ambulante
Fontes:
Olá,bom dia muito bem vcs estão de parabéns, isso mesmo é com muita responsabilidade e propriedade que abordam esses assuntos que precisa m de um visibilidade mais acirrada no que se refere ao enfrentamento coletivo de uma sociedade na busca de um mundo melhor para todos. Muitíssimo obrigada...
ResponderExcluirObrigada Nilza Brito, mais uma vez pela participação e interação. É como a senhora falou pensando no coletivo em busca de uma sociedade melhor!
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